segunda-feira, 27 de maio de 2019

Principezinho




"(...) Só se vê bem com o coração, o essencial é invisível aos olhos (...)"

(Antoine de Saint-Exupéry, "O Principezinho")

segunda-feira, 20 de maio de 2019

Uma visita ao Museu Fábrica de Schindler

   Esta foi a minha segunda visita a este museu - a primeira foi no verão passado. Desta vez, regressei com os meus filhos. Aprender história a viajar, este é o lema de vida desta família! :-)
   O Museu localiza-se na fábrica original. Na altura tinha a denominação de "Fabryka Emalia Oskara Schindlera". Após o fim da guerra, foi nacionalizada e transformada em fornecedora de material de telecomunicações. Em 2002, a empresa fechou as portas, e três anos mais tarde, o edifício foi comprado e, mais tarde, transformado em museu, que é financiado apenas com verbas da cidade.
   A exposição permanente, intitulada "Cracóvia: ocupação entre 1939 e 1945", conta a história da cidade sob o domínio nazi. Toda a história da invasão, durante a Segunda Guerra, é contada de forma cronológica, desde o final de 1939 até à “liberdade” da época comunista na qual se viu submersa com o fim da guerra.

   A exposição começa numa sala repleta de fotografias, seguida de uma outra que retrata a Cracóvia dos anos 30.














  Todavia, essa atmosfera descontraída do pré-guerra, termina em 1939, quando os soldados alemães invadem Cracóvia. 
   Os alemães não tardaram a impôr as suas regras. Desta forma, começaram as proibições aos judeus, que não podiam andar de transportes, nem mesmo frequentar locais públicos, como bares, cafés, restaurantes, cinemas, lojas e mesmo parques!




   Os nomes de ruas e praças foram alterados, como foi o caso da praça principal da Cracóvia, que passou a chamar-se Alter Markt, em alemão, e posteriormente Adolf Hitler Platz.






   As universidades foram fechadas e os foram presos e deportados para os Campos de Concentração de Dachau e Sachsenhausen, na Alemanha.




   Em março de 1941, foi criado oficialmente o Gueto de Cracóvia. Cerca de 15 mil judeus foram obrigados a viver numa área onde, anteriormente, habitavam apenas 3 mil pessoas. Consequentemente, em cada apartamento moravam 4 ou 5 famílias!














  Os judeus foram obrigados a construir o muro que cercava o gueto. Já reparam nas fotos? o muro tinha o formato de lápides.. maldade levado ao extremo!
   Os judeus apenas tinham permissão para sair para trabalhar. Escapar? Quase impossível, já que haviam apenas 4 entradas e saídas sempre muito bem controladas pelos Nazis.







 




   Em 1942, os alemães resolveram fechar o gueto. Todos os judeus foram obrigados a deixá-lo, sendo enviados para os campos de concentração. Os que eram julgados inaptos para o trabalho iam direto para um campo de extermínio. Os que eram julgados aptos, como era o caso dos empregados de Schindler, iam para o Campo de Trabalho forçado de Plaszow.







   Quanto a história de Oskar Schindler, ela é contada no espaço onde antigamente funcionava o seu  escritório. 









No meio desta sala, há um grande cubo transparente, cheio de panelas, vasilhas e pratos de metal, que simbolizaa história do empresário e de seus funcionários. Dentro do cubo, estão os nomes de aproximadamente 1.200 trabalhadores judeus, cujas vidas foram salvas por Schindler.




Room of choises:




A exposição acaba com as fotos dos judeus que se salvaram por trabalhar na fábrica.







   Este é, sem dúvida, um dos lugares mais populares de Cracóvia e uma visita é imprescindível!

sexta-feira, 17 de maio de 2019

Em Cracóvia

 
   Cracóvia é uma das minhas cidades de eleição. Estive lá no verão passado e fiquei rendida de imediato! É uma cidade cosmopolita e fervilhante, com mil actividades a acontecer ao mesmo tempo.
   Foram dias intensos. Muitos quilómetros percorridos a pé, em "tours" orientadas por guias fantásticos! Ficámos a conhecer  Cracóvia e a sua história de um modo bem mais profundo.








   É uma cidade intimamente ligada à Segunda Grande Guerra: é possível visitar a fábrica do Oskar Schindler, que é actualmente um museu, os escritórios e calabouços da Gestapo, o bairro judeu e antigos vestígios do terrível gueto, a famosa "Farmácia da Águia". E claro, o campo de concentração Auschwitz-Birkenau, que não fica muito distante da cidade de Cracóvia.

   Sendo o meu filho mais velho completamente apaixonado por este tema (sai mesmo aos paizinhos, Graças a Deus!), e estando ele a estudar esta matéria, achámos que seria o destino ideal para uma escapadinha num fim de semana prolongado. Ter a oportunidade de aprender história de um modo mais dinâmico, é abslutamente arrebatador!


O único pedaço que restou do muro que circundava o gueto




   Os fãs do filme "A Lista de Shindler" também procuram Cracóvia porque ter sido ali que o mesmo foi rodado, sendo por isso possível reconhecer alguns recantos onde algumas cenas foram gravadas.

   Por exemplo, lembram-se da cena, durante a liquidação do gueto, em que os soldados nazis arremessam malas e demais pertences dos judeus, de cima do balcão para o chão do pátio? e quando a Sra. Dresner, depois de ter escondido a filha sob algumas tábuas do soalho é apanhada por um amigo do seu filho, ali colocado pelas tropas para dar o alarme caso algum judeu tentasse escapar? mas que em vez disso, a escondeu sob as escadas e disse ao guarda que a área estava vazia? Pois bem, esse pátio localiza-se na Ul. Józefa 12, no bairro Kazimierz, o antigo bairro judeu. 

   



                                         









   Foco da cultura judaica durante séculos, o bairro Kazimierz foi uma das zonas que mais sofreu com a invasão nazi, já que viu grande parte da sua população deportada para o gueto, e, consequentemente, perdeu parte da sua vida e carisma. ~

   Actualmente, é um dos bairros mais populares da cidade. Tem uma energia única, fervilhante. Os edifícios, soturnos e antigos, testemunhas do tempo e de tantas histórias, contrastam com as cores alegres das lojas, cafés, galerias de arte, restaurantes que agora albergam. É o meu bairro favorito em Cracóvia, onde, inclusivamente, ficámos hospedados. 












   Foi nesse bairro que encontrámos uma livraria fantástica, instalada numa antiga sinagoga. É um local a não perder por todos aqueles que se interessam pela história do Povo Judeu.

(ul. Józefa 38)


Nós,  para não variar muito, regressámis a casa com as malas cheias de livros! :-)




Também visitámos as Minas de Sal (no verão não tinhamos conseguido). Irei dedicar um post inteiramente a elas.


   Por tudo isso vos digo para fazerem uma visita a Cracóvia, caso tenham oportunidade. As vossas expectativas não ficarão defraudadas.






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