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terça-feira, 6 de dezembro de 2011

São Nicolau

   Em Portugal não há muito o hábito de esperar a visita de São Nicolau, na noite de 5 para 6 de Dezembro. Mas acho que tudo o que promova o imaginário das crianças merece ser estimulado. E como sempre defendi a causa de que "Em Roma se deve ser Romano", este ano a nossa família esperou pela primeira vez a visita do São Nicolau, como escrevi no post anterior.
   Mas muita gente não conhece esta tradição nem mesmo quem foi São Nicolau (em Portugal penso mesmo que só em Guimarães se dá valor a este santo, aí muito venerado pelos estudantes). Daí ter-me decidido a falar um pouco sobre ele.  Nascido numa família devota, Nicolau foi bispo de Myra (na atual Turquia). Diz a história que era uma pessoa muito generosa, e que protegia com dedicação os mais frágeis, em especial as crianças.
   A ele estão associadas muitas lendas. Uma delas refere que Nicolau ressuscitou três crianças, convertendo-as em fiéis dedicados e seguidores. Outra ainda, talvez a mais conhecida, narra a sua contribuição para salvar a honra de três irmãs atingidas pela pobreza, cujo pai não tinha com que as pagar os dotes que lhes permitiriam casar, vendo-se forçado a entregá-las à prostituição. Nicolau salvou-as de tal destino, atirando, de noite, três sacos com ouro suficiente para os dotes de cada uma das donzelas, atirando-os para a chaminé da casa das moças. Os sacos caíram dentro das meias das moças que estavam secando junto à lareira.
   A tradição diz que se deve pendurar meias nas lareiras das casas no dia 5 de dezembro à noite, véspera de São Nicolau (como que relembrando esta última lenda). Nas casas onde não há lareira, colocam-se os sapatinhos à janela (foi o nosso caso). Durante a noite, São Nicolau passa pelas casas e deixa goluseimas nas meias ou nos sapatinhos das crianças que se comportaram bem durante o ano.
   São Nicolau faz-se sempre acompanhar por um pagem, "Pedro Preto" (Zwarte Piet, Black Pete, Svarte Petter), que o ajuda na tarefa da distribuição dos doces aos meninos bem comportados.
  

Créditos: Cinema Suicide